Intel anuncia resultados surpreendentes

Intel anuncia resultados surpreendentes

A Intel anunciou na quinta, dia 14, um dos melhores resultados dos últimos anos,  sinalizando uma retomada dos bons momentos para o segmento de tecnologia. O balanço da Intel se refere ao desempenho do quarto trimestre de 2009 e é um dos melhores da história da empresa, registrando lucro de nada menos que 2,3 bilhão de dólares. A cifra é tão positiva que levou o CEO da empresa, Paul S. Otellini, a dizer que o atual momento da Intel só encontra paralelo com o dos anos  70. Na época, a Intel era praticamente a única empresa mundial de produção de chips. 

Os analistas de Wall Street esperavam que o balanço apresentasse ganhos de 30 centavos de dólar por ação, porém os números registraram ganhos de 40 centavos por ação, surpreendendo o mercado.

Alguns fatores explicam o sucesso da Intel. Por um lado, as vendas de fim de ano impulsionaram as encomendas de computadores. De outro, o fenômeno dos netbooks - categoria de micros que praticamente foi criada pela empresa - trouxe vitamina nova ao mercado de PCs, sem canibalizar os outros segmentos de máquinas mais caras (como muitos temiam). Mas, não é só. 
 
Num dos momentos mais agudos da crise financeira, a empresa fez apostas altas na construção das mais modernas fábricas mundiais de produção de chips. O investimento de cerca de 7 bilhões de dólares alavancou também a pesquisa e distanciou os produtos da empresa da concorrência. O mercado estima que a distância tecnológica entre Intel e uma de suas concorrentes, a AMD, gire hoje em mais de um ano. E os processadores Atom, que equipam a maioria esmagadora dos netbooks, provaram-se uma das melhores estratégias das últimas décadas, com seu preço mais baixo e sua flexibilidade. Essa flexibilidade é um dos trunfos de médio prazo da empresa que, agora, prepara-se para levar a tecnologia para os celulares e para os automóveis.
 
Mas, nem tudo são flores em Santa Clara, sede da companhia. Os resultados teriam sido ainda melhores que o anunciado, não fosse a multa bilionária imposta pela Comissão Européia (1,45 bilhão de dólares num processo antitruste), e pelo acordo feito com a AMD para por fim a uma disputa judicial que se arrastava há anos (1,25 bilhão de dólares foram pagos). A Intel ainda enfrenta dois outros processos antitruste, um movido pelo Federal Trade Comission (órgão regulador de práticas comerciais do governo dos Estados Unidos), e outro pela procuradoria de Nova York.